Todos nós temos um pequeno e secreto cantinho onde guardamos sentimentos, memórias, ilusões, recordações de momentos ou lugares, desilusões e também sonhos!
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Então esse aqui é meu cantinho:

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Reflexão sobre a ação norte-americana e a morte do Osama Bin Laden

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Neste início de maio, o fato que vem tomando conta do noticiário mundial foi o ataque norte-americano e a morte de Osama Bin Laden, líder da rede Al-Qaeda, responsável por ações terroristas em várias partes do mundo, sendo a maior delas, no dia 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.
Diante do fato amplamente anunciado, compreendo que cabe ser feita uma análise da situação, buscando criar um juízo de valor, que nos permita avaliar se “o fim justifica os meios”, ou seja, se ação norte-americana foi realizada dentro dos padrões da civilização humana da atualidade.
Cabe ressaltar que aqui não se pretende fazer defesa dos atentados e atos terroristas, que provocaram milhares de mortes de pessoas e que ficarão sempre registrados em nossa memória como episódios lamentáveis, independente dos motivos alegados pelos autores dos mesmos.
A primeira questão que merece reflexão é que a ação norte-americana ocorreu no Paquistão, sem o prévio conhecimento e participação do governo daquele país, deixando um sério precedente que os Estados Unidos, ou qualquer outra potência mundial, pode, semelhantemente, atuar militarmente em outra nação para caçar terroristas, sem respeitar a soberania da mesma.
Os Estados Unidos continuam se considerando a “palmatória mundial”, se achando no direito de interferir em qualquer país que julgar conveniente, passando por cima da autoridade local, como já ocorreu entre nós, tendo como exemplo, o apoio dado aos militares durante o Golpe de 1964, sem respeitar o governo legalmente constituído da época.
Outra questão a ser avaliada é forma como Osama Bin Laden foi morto, já que os noticiários indicam que o mesmo não se encontrava com armas, deixando evidente que ocorreu uma execução sumária diante o arsenal utilizado pelos militares norte-americanos.
A ampla comemoração nos Estados Unidos em outros países do fato de Osama Bin Laden ter sido morto indica, no meu entendimento, um péssimo sinal do ponto de vista da civilidade, já que se observa que as pessoas se encontravam celebrando um assassinado, o que não deveria ocorrer, mesmo se tratando de uma pessoa considerada inimiga.
Compreendo, ainda, que, guardada as proporções, a ação dos Estados Unidos se assemelha a ação de um esquadrão da morte em muitas localidades, que tem objetivo eliminar determinadas pessoas, sem permitir qualquer forma de defesa, como se deu no caso aqui analisado.
A defesa da ação norte-americana pode significar, também, uma sutil defesa da pena de morte, diante argumentos utilizados como: “o mundo ficou livre de suas maldades” e “ele pagou por seus crimes”, o que, aliás, foi dito por um dos jornalistas ao afirmar: “Ficamos livres daquela voz e da daquela imagem”, ou seja, os mesmos argumentos utilizados pelos defensores da pena de morte.
É importante lembrar que no tocante ação norte-americana, ficaremos restritos a versão oficial dos fatos, porém não resta dúvida que o propósito era matar quem estivesse no interior da casa objeto do ataque, não havendo, portanto, o interesse em prender e levar para julgamento as pessoas ali presentes, o que seria eticamente correto dentro dos padrões da civilização moderna.
Conforme os noticiários, houve utilização de práticas de tortura para obtenção das informações sobre a localização de Osama Bin Laden, que não condiz com as relações humanas e não teve ser aceita em nenhuma situação e que deveria ser objeto de ampla rejeição da comunidade mundial.
Finalizando, entendo que passada a euforia de muitas pessoas com a morte de Osama Bin Laden, qualquer avaliação isenta dos acontecimentos indicará que os meios utilizados não foram os mais apropriados, apesar da comemoração de vitória do povo e governo norte-americano.

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