Uma das principais notícias de 2013 relacionada à saúde é que, a
partir do ano que vem, meninas de 9 a 11 anos poderão receber a vacina
contra o vírus HPV nas escolas e postos de saúde da rede pública. Para
quem ainda não entendeu bem o benefício, o oncologista Dr. Artur
Malzyner, consultor científico da Clinonco Clínica de Oncologia Médica e
médico do Hospital Israelita Albert Einstein, explica: “A vacinação
contra o vírus HPV visa, principalmente, reduzir o risco de as mulheres
desenvolverem uma infecção que possa desencadear o câncer de colo de
útero. A expectativa é que haja uma grande diminuição no número de
casos”. Ele lembra que o HPV não é o único vilão do câncer de colo de
útero. “Fatores ligados à imunidade, à genética e ao comportamento
sexual parecem influenciar os mecanismos ainda incertos que determinam a
doença”, completa.
Na prática
Segundo o oncologista Dr. Emerson Neves dos Santos, da Clinonco
Clínica de Oncologia Médica e do Hospital Professor Edmundo
Vasconcelos, há duas vacinas aprovadas pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa): a quadrivalente, que protege contra o HPV
6, 11, 16 e 18, e a bivalente, contra o 16 e o 18. “Ambas previnem
lesões genitais pré-cancerosas de colo do
útero, região íntima e o
próprio câncer do colo do útero, além de verrugas genitais em homens e
mulheres”, conta o especialista.
A vacina intramuscular será aplicada em três doses: a segunda,
dois meses após a primeira, e a terceira, quatro meses depois da
segunda. Em 2014, a imunização deve atingir garotas de 11 a 13 anos e,
em 2015, dos 9 aos 11. “Nenhuma das vacinas é capaz de reverter a
infecção já estabelecida, daí a importância de imunizar as meninas ainda
bem jovens e antes de terem a primeira relação sexual. Depois disso, a
possibilidade de exposição ao HPV aumenta exponencialmente, podendo
atingir taxas de infecção de até 70% em três anos”, diz o Dr. Artur
Malzyner. Vale lembrar que não há estudos científicos que mostrem que a vacina seja eficaz em mulheres que já foram expostas ao vírus.